Sócrates mobiliza a Oposição!
3 anos de maioria absoluta socialista e a perspectiva de mais um ano e meio do mesmo estavam a dar cabo da paciência aos parlamentares portugueses, tendo havido medo de não saber como tornar as sessões parlamentares humanamente suportáveis.
O ambiente era de degradação e desrespeito, o que levou Alberto Martins, líder parlamentar da maioria, a repreender os seus parceiros de bancada pelas repetidas faltas às sessões da AR. «Eu sei que 90% dos deputados não fazem nada. Mas devem continuar a não fazê-lo nas instâncias próprias: no Parlamento! Está em causa o limiar de dignidade do cargo para que fomos eleitos!... Quer dizer, deve estar, não é?...».
A(s) voz(es) da Oposição
Ana Drago, deputada pelo Bloco de Esquerda (BE), disse ao Incontinental: «(...) isto estava uma "seca". Se soubesse fazer outra coisa, já me tinha pirado. Até as pausas estudadas e o ofegar à Darth Vader do Francisco, que, por norma, tanto me inspiram, estavam a começar a apertar-me a alma».
Pelos comunistas, Bernardino Soares também se queixou: «estava uma situação terrível. São os problemas destas democracias pouco solidificadas. Por exemplo, na Coreia do Norte isto não acontecia. Aquilo é que é um regime democrático: deputado que, por qualquer razão, não aparece a uma sessão, é salutarmente resgatado do lugar onde se encontre - no trânsito, numa fila das finanças, em casa ou na cladestinidade - para que o Parlamento funcione na perfeição!».
No que toca ao CDS/PP, Nuno Melo declarou que «estávamos a começar a ficar perdidos. Há que convir que José Sócrates tem mostrado uma profunda sobranceria pelos deputados, em geral, mas o desrespeito evidenciado pelo grupo parlamentar do CDS, em particular, tem sido absolutamente vergonhoso». Instado a explicar tão explosivas declarações, o deputado dos centristas pelo distrito de Braga disse: «Vamos lá a ver uma coisa... ainda que não nos agrade o epíteto, o papel de "fachos" no hemiciclo estava-nos reservado. Sócrates ultrapassa-nos tantas vezes pela direita que, quando olho para o Diogo Feyo, só vejo umas barbas brancas e um exemplar do "Das Kapital"».
A reacção do PSD, de Patinha Antão, foi, no mínimo curiosa: «Marasmo? Aqui, no parlamento? Oh! Oh! Oh! Oh! (...) Oh! Oh! Oh! Quem é que foram os seus professores de jornalismo? Os Monty Python? Vendo bem, há aquelas coisas... hum... como é que se chamam?... Sessões parlamentares, isso! Mas os nossos deputados nunca estão muito atentos... Sempre a pensar em que vão telefonar quando chegarem aos gabinetes... Hiiii, a conta de telefone este mês... Upa-upa!».
O Jogo das Moções
Sensível a este drama humano, como, de resto, a todos os dramas humanos (dizem-me agora da redacção que telefonaram para eu aqui escrever), o Primeiro-Ministro resolveu ir ao Parlamento ontem e, na discussão sobre o mérito da moção de censura proveniente do PCP, disse «Há motivos de sobra para censurar o Governo, mas estes são os motivos errados», levantando o ânimo a cerca de 113 pessoas, num universo de 230.
Assim, os parlamentares da Oposição resolveram inventar um divertido jogo com o Governo, que consistirá em ir apresentando moções de censura, à vez, sobre os mais variados sectores da governação até acertarem no que o Sr. Sócrates se estava a referir.
O site bwin.com está a aceitar apostas e, neste momento, a opção "Saúde" vai à frente, rendendo €1,45 por cada euro apostado, seguida de perto pela "Educação" (€ 1,75 por cada euro apostado).
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A(s) voz(es) da Oposição
Ana Drago, deputada pelo Bloco de Esquerda (BE), disse ao Incontinental: «(...) isto estava uma "seca". Se soubesse fazer outra coisa, já me tinha pirado. Até as pausas estudadas e o ofegar à Darth Vader do Francisco, que, por norma, tanto me inspiram, estavam a começar a apertar-me a alma».
Pelos comunistas, Bernardino Soares também se queixou: «estava uma situação terrível. São os problemas destas democracias pouco solidificadas. Por exemplo, na Coreia do Norte isto não acontecia. Aquilo é que é um regime democrático: deputado que, por qualquer razão, não aparece a uma sessão, é salutarmente resgatado do lugar onde se encontre - no trânsito, numa fila das finanças, em casa ou na cladestinidade - para que o Parlamento funcione na perfeição!».
No que toca ao CDS/PP, Nuno Melo declarou que «estávamos a começar a ficar perdidos. Há que convir que José Sócrates tem mostrado uma profunda sobranceria pelos deputados, em geral, mas o desrespeito evidenciado pelo grupo parlamentar do CDS, em particular, tem sido absolutamente vergonhoso». Instado a explicar tão explosivas declarações, o deputado dos centristas pelo distrito de Braga disse: «Vamos lá a ver uma coisa... ainda que não nos agrade o epíteto, o papel de "fachos" no hemiciclo estava-nos reservado. Sócrates ultrapassa-nos tantas vezes pela direita que, quando olho para o Diogo Feyo, só vejo umas barbas brancas e um exemplar do "Das Kapital"».
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Assim, os parlamentares da Oposição resolveram inventar um divertido jogo com o Governo, que consistirá em ir apresentando moções de censura, à vez, sobre os mais variados sectores da governação até acertarem no que o Sr. Sócrates se estava a referir.
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