6.12.07

Trabalhar em casa

Há coisas boas nos dias em que fico a trabalhar em casa, como hoje. Trabalhei bem, com bom ritmo, sossegado, almocei com a Mrs. F. G. e o Roger The Shrubber e voltei a pegar na papelada toda depois de almoço.
Mas há coisas menos boas que ameaçam ter reflexos no meu desempenho mental.
Por muito que tente manter a televisão na SIC Notícias (a melhor companhia-que-não-incomoda), uma certa atracção pelo abismo leva-me a deixá-la sempre a rodar pelos outros canais. De manhã, tive a sensação de que, enquanto escrevia, algumas letras saíam ao lado, quando apanhava de passagem o Manuel Luís Goucha, que invariavelmente fala com o tom e a calma de um Truman Capote a fugir de um prédio em chamas.
Mas, há pouco, quando me sentei, começava a tarde da "Júlia", e vi, no público a aplaudir, uma senhora que me pareceu ser a Maria Cavaco Silva. Aí percebi que tinha queimado (mais) um fusível, não tanto por fantasiar involuntariamente, mas por fantasiar involuntariamente assim. Desliguei a televisão.
Não convém arriscar mais.