11.6.07

Uma questão de coerência


A vida é como um tabuleiro de xadrez e, aqui, sou obrigado a dar razão a Mário Lino. Se ele mantém que a margem sul é um deserto, então não há ninguém a quem ele tenha de pedir desculpa.
Coerentemente com esta ideia, Mário Lino também não compareceu às cerimónias de comemoração do Dia de Portugal, Camões, Simões, Coluna, Torres e Eusébio (...) e das Comunidades Portuguesas, com ocorrência em Setúbal.
Se D. Quixote de Cervantes era um idealista que via moinhos de vento onde nada havia, corajoso e honrado, Mário Lino é um bocado ao contrário. E que mal tem isso? Cervantes morreu há uns séculos e o D. Quixote era um caloteiro ou, pior que isso, tinha bom aspecto e bons dentes, mas tinha um cancro nos pulmões.

Só um conselho, Xô Lino, camarada incontinental (no seu caso, verbal): pelo-sim-pelo-não, não apareça tão cedo por aquelas bandas. É que ainda que acredite que não vai ver por lá ninguém, uma paulada nas costas ainda aleija. E, ainda assim, se não vê nada irreversível em se andar «sem uma perna ou um braço e todo torto, mas lá se vai aguentando...», a verdade é que, nesse constrangimento, torna-se custoso subir e descer escadas.