11.6.07

Um país de comediantes

«"No decurso deste jantar, entre várias graçolas dirigidas ao primeiro-ministro e ao seu diploma, Margarida Moreira proferiu mais ou menos o seguinte: ‘Estão a brincar com o nosso primeiro-ministro, mas agora com o (programa) Novas Oportunidades ele resolve o assunto, pois fica logo certificado!’", refere Fernando Charrua.»

Antes de mais, vamos lá a saber: alguém quer vir para aqui escrever por nós, é?

Há uma coisa que o Stôr Charruas se esqueceu. Da mesma maneira que eu posso chamar "gordo" a mim ou a qualquer outra pessoa "de peso" - como, aliás, o fiz no post anterior -, uma socialista que trabalha no ramo da Educação pode gozar com um socialista de currículo escolar duvidoso. Um judeu pode brincar com a sovinice de um semelhante ou com a tendência para o despotismo da sua mãe, um negro pode chamar "preto" a si ou a outro, e por aí fora...
Faz-me lembrar aquele episódio do Seinfeld em que o dentista do Jerry se tinha convertido ao Judaísmo para ter imunidade nas piadas de judeus.
A Prof. Moreira pode gozar com Sócrates porque também é socialista e também tem a sua dose de poder, que não se refreia em usar e abusar.
E toda a gente sabe como os socialistas com poder são risíveis.

Não que o "bloquista de esquerda" não seja um petisco, um "PP" um deleite e um "comuna" um clássico manjar, ainda que em desuso, como os couratos...
Com os "laranjas" tenho um pouco mais de respeito. É que há coisas tão horríveis que a piada só é bem recebida quando já passou um tempo - como as mortes do Fehér ou do Papa J.P. (Simões) II. Em relação aos "laranjas", passa-se uma situação particularmente constrangedora: a tragédia não tem fim; e só quando ela terminar é que se pode fazer o "luto" para que, a final, os comentários jocosos façam soltar as gargalhadas.
A vida é difícil para os humoristas.