Não é que ele saiba falar inglês, ele gosta é muito do "Dark Side of The Moon" dos Pink Floyd
Ligação de Metro do Porto a Gondomar é uma questão de «time e money», diz Mário Lino.
As mulheres têm ciclos menstruais; Picasso teve períodos de diferentes cores; Mário Lino, depois do seu período francófono, por alturas da escolha do local do futuro Aeroporto Internacional de Lisboa, passa agora pela sua fase de anglofonia.
O Incontinental soube, no entanto, que isto não sucede porque o Ministro das Obras Públicas saiba mesmo falar a língua de William Shakespeare, Lord Byron ou Frank Lampard (era um meio-campo do caraças, hã?): a questão é que, depois de ter ouvido falar na teoria do Dark Side of The Rainbow, Mário Lino decidiu guiar a sua acção ministerial a partir de "Dark Side of The Moon", o lendário disco de 1973 dos Pink Floyd.
Assim, Mário Lino anda sempre com um Ipod, onde são gravados sound bytes do Primeiro-Ministro com o fundo musical da faixa de abertura Speak To Me. Antes de qualquer conferência de imprensa desagradável (as que Sócrates vai dispensando com a desculpa que já estava marcada precisamente para aquela hora a sua aula de ballet-jazz), Lino descontrai com Breathe, enquanto que o final das ditas conferências se faz ao som da muito apropriada On The Run.
No entanto, o trabalho aturadíssimo de investigação d'O Incontinental revelou que Mário Lino usa a segunda parte do disco em questão como forma de inspiração na sua dramática luta contra os vários Mários Linos que a sua mente alberga. De facto, e como agora parece óbvio, não foi o mesmo Mário Lino que disse numa altura que o futuro Aeroporto nunca seria na margem Sul que, depois, escolheu o campo de tiro de Alcochete para o efectivar. Toda a gente sabe que, em iguais circunstâncias, qualquer ser humano dotado das mais básicas noções de dignidade, coerência e responsabilidade se demitiria, sob pena de, não o fazendo, criar um gravíssimo problema dissociativo de personalidade. É precisamente nas alturas em que os vários Linos se degladiam mentalmente entre si que lhe dão a ouvir Us and Them e Brain Damage até que os comprimidos façam efeito (ao som de The Great Gig In The Sky).