3 anos, girassol.
Ninguém deu bem conta, principalmente nós, mas diz que O Incontinental fez anos aqui há uns quatro dias.
O Incontinental surgiu, como todos sabem, a partir de um projecto humanitário do French Guard, que visava retirar 20 crianças mongóis da divisão de 4x2 metros situada nos arredores de Ulaanbaatar onde comiam, dormiam, faziam as suas necessidades e fabricavam calçado, que era depois vendido na Feira de Barcelos. Com o seu espírito empreendedor, French Guard conseguiu reunir dinheiro suficiente para comprar um carro, alimentar-se a si, à esposa e a uma filha e montar um apartamento em Buarcos para a sua amante. Quando lhe ia sobrando algum, Frenchy guardava-o religiosamente para fins humanitários. E é assim que, em Maio de 2005, o French Guard conseguiu resgatar os meninos mongóis das mãos do seu algoz e colocá-las num armazém de 8x4 metros à saída da Mealhada (como quem vai para Cantanhede). Aí, as crianças foram lavadas, desparasitadas e aprenderam o português suficiente para continuar a fazer sapatos (para saber o que custa a vida) e começar a redigir O Incontinental.
Um ano depois, farto de ganhar dinheiro, French Guard convidou o seu melhor amigo para se juntar a'O Incontinental: aquele que havia sido o mentor da operação de resgate dos infantes mongóis, pessoa de extraordinária bondade, sagacidade incomparável e cintilante intelecto, barbas grisalhas, um olhar de uma miopia sábia que parecia prescrutar os belos mas tortuosos caminhos da alma de cada um. Diz-se dele que podia ser o que quisesse, desde que orientasse a sua mente para isso! Infelizmente ele morreu e, estando os 50% que detinha d'O Incontinental na quota disponível, deixou-me isto em legado.