A minha vida dava um filme português.
Cerca das 19.00h. Noite. Ruas de Lisboa. Algures entre Alcântara e o Saldanha.
Taxista (pela 57.ª vez) - E eu assim não posso trabalhar, com estas dores todas. O braço dói mas ainda o mexo, o antebraço é que já não consigo. Começa na coluna e já nem me posso mexer. E o médico que não me faz exames de qualidade alguma.
Roger The Shrubber (pela 147.ª vez) - Pois, pois. Isso é terrível.
T - E dão-me os anti-inflamatórios, mas aquilo já não me faz nada.
RTS - Pois, o corpo ganha-lhes imun...
T - Não me faz nada. Estou a pensar que o melhor é água quente. Ou água raz.
RTS - Pois, pois... Os antigos é que...
T - Uma pessoa põe aquilo quente no braço. Mas depois não pode apanhar correntes de ar. Aí estraga tudo.
(...)
T - Sabe o que lhe digo? Quem me dera que me desse uma trombose...
RTS - Uma trombose?
T - Sim, uma trombose. Mas que me matasse! Não queria que me desse uma trombose mas que eu não morresse dela... Ora, são € 8,10.
RTS - Tome lá. E deixe-se estar aí que eu tiro as malas.
T - Ah, não se importe...
RTS - Bom trabalho e, olhe, saúde...
Atrium. Sou atendido por quem tenho a forte impressão tratar-se deste compincha, mas não lhe digo que acho que ele é quem eu penso que ele é.
Por vergonha.
Mas também por medo que lhe doesse qualquer coisinha...