30.10.08

Gebalis

A Gebalis é uma empresa que gere bairros sociais, em Lisboa.

Sobre esta empresa, um "relatório da PJ afirma que os membros do conselho de administração do período compreendido entre Fevereiro de 2006 e Outubro de 2007 da Gebalis, José Francisco Ribeiro, Clara Costa e Mário Peças, utilizaram os meios financeiros que tiveram ao seu dispor, adquirindo bens de luxo (gourmet), aquisição de DVD com fins lúdicos, aquisição de livros, não só técnicos, mas de romance e ficção, e CD de música, resultando na utilização de avultadas quantias em dinheiro para seu usufruto pessoal".

Não vejo nada de censurável nesta história.

Antes de mais, trata-se de uma empresa: uma entidade que existe para gerar lucro. Só por aqui, é bom de ver que foi péssima a ideia de criar uma empresa para gerir bairros sociais. É que o bairro social é coisa que não costuma dar lucro nenhum. Raramente se ouve falar de pessoas que a partir deles fizeram grandes fortunas. Rockefeller nunca foi por aí. Nem mesmo o Richard Branson, que aposta no low-cost (e haverá algo mais low-cost do que um bairro social?), teve interesse em criar a Virgin-Slum. É pouco provável que um dia se leia no Diário Económico "Bairro do Lagarteiro lança OPA sobre Bairro do Cerco", "António Carrapatoso assume a liderança do Bairro do Aleixo" ou "As acções do Bairro Padre Cruz sofreram forte queda em bolsa, na sequência de rumores de deslocalização do negócio do tráfico para o Casalinho da Ajuda".

No meio disto, há que louvar a administração da Gebalis. Onde o lucro parecia impossível, conseguiu lucrar qualquer coisa. Eu não percebo muito de economia, mas quando alguém lucra alguma coisa o mundo fica melhor. É assim, não é?