24.7.08

Espaço Pub

João Lopes, conhecido por competente crítico de cinema e televisão e conhecido blogger do espaço de referência Sound + Vision, acaba de escrever um dos posts mais tripantes que vocês vão ler hoje e um dos mais tripantes que eu algumas vez tive a oportunidade de dar a provar às dioptrias dos meus olhos.
A história é simples. Uma agência de publicidade manda-lhe um mail publicitário (eu chamo-lhe correio de lixo, do inglês junk mail) com propaganda a brinquedos à venda numa conhecida loja de artigos infantis relacionados com o vindouro capítulo da inacabável saga da "Guerra das Estrelas".
E passa-se. Mas, atenção! Passa-se com razão: «O que é espantoso (...) é que há quem pense, serenamente e sem culpa, que os críticos de cinema são destinatários exemplares desta informação tão banalmente comercial e promocional», para a seguir disparar, certeiro: «o problema está no triunfo de uma mentalidade — em boa verdade: uma profissão — que ignora por completo o que seja a actividade crítica e respectivas especificidades. Para tal mentalidade, a crítica nunca existiu».
Realmente, o que raio terá passado pela cabeça do impertinente amanuense da mencionada agência de publicidade para ter tal acto de desrespeito? Quais as razões que poderão ter presidido a tal acção?
Não sei. Nisso não posso ajudar. O que eu posso adivinhar é o que NÃO passou pela cabeça do temerário funcionário:
a) que João Lopes, no meio das suas inúmeras solicitações profissionais, abrisse um mail publicitário;
b) que João Lopes, quando abrisse tal mail publicitário por pensar que, sendo relacionado com um filme e por defeito profissional, e visse o seu conteúdo, não o apagasse de seguida, à boleia de um sentido e propositado palavrão;
c) que João Lopes, abrindo tal mail e lendo-o até ao fim para ver até onde chegava o descaramento, fizesse um post sobre o mesmo num blog respeitado e muito visitado;
d) que João Lopes, escrevendo um post sobre tal mail, copiasse e colasse o nome dos produtos, preço e frase «tablóide» que ajuda a publicitá-los (e sem menção de «espaço publicitário» ou «passe a publicidade»);
e) que João Lopes, escrevendo um post sobre esse mail com os detalhes dos produtos, não colocasse frotografias dos mesmos e hiperligação para a conhecida loja de brinquedos que os vende, assim cumprindo, mais que completamente, o objectivo de tão inusitado mail.

Eu não sei o que a agência de publicidade estava a pensar quando lhe mandou aquele pedaço de lixo electrónico. Mas sei o que pensaria de futuro se lá trabalhasse: encharcava a caixa de correio de João Lopes de tudo quanto era publicidade a artigos... Se o chateasse a sério ainda era capaz de ter sorte!... E até me podia chamar nomes!