2.10.07

A saga

A brigada da ASAE chegou, pelas 8 da manhã, à denominada "Zona J".
De uma grande carrinha saíram vinte homens de cara tapada e arma em punho. Objectivo: descobrir quem andava a fritar farturas em óleo a menos de 300 graus centígrados. Um informador tinha apontado um edifício, sem porém identificar com certeza qual a habitação que albergava os viciosos fritadores.
Seguindo o seu proverbial instinto, Martins, o líder da brigada, com um simples gesto de cabeça, indicou aos outros uma porta por trás da qual se esconderiam os asquerosos preparadores da massa infecta.
Com um pequeno aríete, dois valentes arrombaram a tosca porta e entraram correndo por uma sala. Sentados à mesa, quinze traficantes concluíam uma compra e venda de heroína.
Pouco satisfeitos com a interrupção, prontamente desarmaram os agentes da ASAE, massajando-lhes depois as bochechas com as coronhas das armas e tirando-lhes o sarro dos dentes com biqueiras de aço.
Depois de meia hora de mimos extremosos, dois dos membros da brigada conseguiram escapar, rastejando por baixo dos corpos ensanguentados dos colegas.
Transportados de ambulância para hospitais diferentes, depois de observados na urgência, onde prontamente lhes serraram todos os membros para salvar qualquer coisa, ambos tiveram a mesma ideia.
Rastejando, cada um no seu hospital, avançando com o queixo no chão, a pouco e pouco, arrastando a barriga, os bravos homens tinham um objectivo e por ele morreriam, se necessário fosse.
Só mais um pouco, só mais um pouco...
Até que...