27.9.07

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Marido e mulher combinam encontro sem saberem

«Os dois iniciaram um relacionamento no mundo virtual sem saberem a verdadeira identidade um do outro. Quando combinaram um encontro, deram conta da infidelidade.
O casal encontrou-se numa sala de chat, com os nicks «Sweetie» e «Prince of Joy» onde desabafavam sobre os seus problemas, nomeadamente no casamento.
(...)
O casal, da região de Zenica, na Bósnia, decidiu separar-se após o episódio.»

Se infidelidade fosse crime, juridicamente estaríamos aqui a falar de um caso de «tentativa impossível». Mas, como todos sabemos, todos os juristas são larilas ou pêgas. Com sorte, as duas, por isso deixemos esta conversa.
Resta-me perguntar o seguinte: se estas duas pessoas descobriram duas almas gémeas via net (que lhes podiam salvar a vida como só o amor o pode fazer, diria Laurinda Alves - frase que me daria ainda mais vontade de lhe dar de comer um ancinho), ainda por cima, que as suas almas gémeas são o outro e - cereja no topo do bolo! - até já estão casados, porquê a separação? Só o que se poupava em papelada... E é um dinheirão!
Ainda por cima, acabam uma válida relação de casamento E uma bonita relação de amantização, com belíssimas perspectivas de futuro. Duas desilusões amorosas seguidas? Por opção? Quer dizer, num momento têm duas pessoas na sua vida, um cônjuge e um amante, para, no momento seguinte, quando descobrem que essas duas pessoas são, afinal, uma só ficarem sem nenhuma?
Muito mais que "um lugar estranho", o amor é, definitivamente, uma parvoíce estuporada.

Por exemplo, no outro dia conversava com um amigo meu, que me falava num casal que já se tinha divorciado duas vezes. Relatava-me que esses dois se sentiam mutuamente maravilhosos quando divorciados, mas terrivelmente quando casados.
Neste caso, até os entendo. Tenho tudo a ver com perspectivas e o quão boa pode uma história ser. Concretizemos, com o exemplo de uma conversa de café entre dois amigos:

1.ª hipótese
Amigo 1 - Então, pá?! Diz-me lá, andas a marchar alguém?
Amigo 2 - Pá, ando a comer a minha mulher.

Lá está. Neste caso, a conversa teria um fim abrupto, por falta de sal na história. O que é que o curioso dos dois amigos vai perguntar a seguir? "Então... e... já se vai notando que chegou o Outono, hã? Noites fresquinhas, eheh!..."; ou o clássico "Pá, e então o Benfica?...". E acreditem, ninguém, por opção, fala ou quer falar do Benfica.

2.ª hipótese:
Amigo 1 - Então, pá?! Diz-me lá, andas a marchar alguém?
Amigo 2 - Pá, ando a comer uma divorciada...
Amigo 1 - E... é BOA?
Amigo 2 - Ui... tão boa!
Amigo 1 - Olha, e é boa na cama?
Amigo 2 - Bem boa. Se queres que te diga, é um bocado como a minha ex-mulher... mas mais tola!

Muito bem! Toda a gente sai bem desta conversa, desde logo porque a mesma apresenta um leque extenso de opções, sem emperrar o discurso ou as ideias. Uma boa história, portanto.