13.9.07

Vestir mal de cara

Ainda que se tenha tornado uma cruzada mais premente - quase obsessiva - nos últimos 20/30 anos, as preocupações de cariz visual do bicho homem não são nada que se possa ou deva ignorar - sendo verdade que a febre só desde há uns anos tenha ocupado o homem, com o advento do conceito de metrossexualidade.
Vale a pena toda esta preocupação no retoque do visual (por vezes apenas recauchutagem ou, nos últimos estádios de ridículo, vedação de banhas)? «Se o colesterol não passar dos 600...», responder-nos-ia, com muita probabilidade, Woody Allen.
É sempre bom olharmos para a nossa cara-metade e conseguirmos distingui-la de um reservatório de água. Nunca é mau que o nosso mais-que-tudo não pareça, ao toque, um colchão de penas.
Há, no entanto, impossibilidades físicas incontornáveis que não podem ser "atropeladas", porque correspondentes aos limites da ciência.
Por exemplo, era legítimo esperar que a Margarida Martins de aqui há uns anos se tornasse numa quarentona boa e stickável?
A resposta é redondamente negativa. Ainda que perdesse (como perdeu) aquela opulenta massa corporal, quaisquer intenções de a tornar numa prodigiosa M.I.L.F. esbarrariam, para qualquer pessoa com o mínimo de acuidade visual, nas feições visuais frontais que lhe decoram a extremidade superior do canastro.
Mas devem as pessoas que "vestem mal de cara" (expressão que sempre ouvi da boca de Senhor meu Pai e, por isso, lhe vou atribuir) desistirem de gozar de uma vida feliz? Não terão estas pessoas a capacidade de desfrutarem de realização pessoal, apenas porque Deus - que não castiga, como se sabe - decidiu não os abençoar o topo?
A resposta tem de corresponder a um "levantar de cabeça", como o discurso de um qualquer jogador da bola depois de uma derrota! Lembrem-se que tudo nesta vida é relativo. Ainda que o seu mortal invólucro tenha a forma de uma botija de gás das grandes, deve o leitor farto de corpo sentir-se feliz por não se parecer a um míssil SCUD...
Ou ter a totalidade dos membros, já agora... e que grandes membros que você tem, amigo(a)!... (Se, por acaso, lhe faltar mesmo um membro, peço desculpa.)
Por outro lado, se acha que as suas feições podiam entrar num filme de terror sem recurso a maquilhagem, também não fique triste. Tudo é relativo.
Olhe, podia ter nascido com a vagina da Paris Hilton bem no meio da cara!...
Não acredita?!
Quer ver?


Morcego de ferradura grande