26.6.07

Corpo Nacional de Escutas

O que se segue é a transcrição de um telefonema, registado há dias. Por respeito para com as pessoas envolvidas, elas permanecerão sob anonimato, tratando-as como "o Sr. A" e o "Sr. V".

«A- Tou, Valentim?
V - Estou?
A- Tou, Valentim? Estás-me a ouvir, pá? É o António.
V - Major!
A - Quê?
V - Trata-me por Major!
A - É o teu irmão, c@4@lho.
V - E é por isso que não sabes dizer "major"?
A- Deixa-te de paneleirices e ouve o que te digo, pá...
V - MAJOR, fo#@-se.
A - Ok. Major?
V - Sim?
A - Estou-te a telefonar por causa de um favor.
V - P... que pariu. Outro? Mas tu não estás ligado aos clubes, não deve ser nada de mal. Ora, diz lá.
A - É por causa do primo Carlos.
V - E o que é que esse filho da p... quer?
A - Pá, as coisas lá na empresa não lhe correram bem. Puseram-no na rua.
V - Na rua?
A - Sim, pá. Ele diz que toda a gente na empresa estava contra ele. Começaram a dizer que ele desviava.
V - Era pan€!€!%0?
A - Não, pá...
V - Major!
A - F...-se. Não, Major. Dinheiro. Ele diz que o acusaram de desviar "p'ró esquerdo".
V - Ora, porra, pá! Isso é um escândalo.
A - Pois...
V - Esse gajo ainda dá mau nome à família.
A - Hum... (tosse) pois... (tosse)
V - Pronto, pá. Não se fala mais nisso. Ele que passe por cá que eu logo vejo o que se pode arranjar para o gajo.
A - És um santo, Valentim.
V - Major!... Xau, pá!
A - Beethoven.
V - Lizst.»