Breves notas sobre o luso-chico-espertismo
As ofertas em dinheiro superiores a 500 euros entre pais e filhos ou avós e netos são obrigadas a declaração ao fisco, de acordo com o Ministério das Finanças.
O animal "luso" é pródigo em manobras de diversão.
O «luso-chico-espertismo» pode ser definido como a capacidade admirável que esse animal apresenta de usar pequenos e, não raramente, pouco elaborados "expedientes" de modo a se achar mais inteligente que o seu semelhante, tão animal como ele.
Thomas Hobbes diria, entre duas coxas de frango, «homo homini lupus» (o homem como lobo ou predador do colega do lado), perdigotando o infeliz que se sentou à sua frente na mesa do jantar. Mas, desenganemo-nos, Hobbes cheirava mal dos pés e vivia amargurado por não ter possibilidades de pagar as prestações do seu T1, em Derbyshire. Por outro lado, era muito complexado por ser um homem baixo e careca e foram os próprios amigos que o alcunharam de "Calvinho" Hobbes - mais tarde aproveitado por Bill Watterson para denominar umas tiras de banda desenhada (lá está, o chico-espertismo é inerente ao homem e não é exclusivo luso).
Um dos campos priveligiados para a observação da "luso-chico-espertice" é o das relações do "luso" com a "lei".
Primeiro, "homo legis lupus" até que, invariavelmente, "lex homini lupus" - vide o exemplo de muitos autarcas.
Dois requisitos são aqui necessários:
1.º que haja uma lei;
2.º que o "luso" a sinta como injusta ou, simplesmente, a sua justeza «não lhe der jeito nenhum».
O caso em apreço é um exemplo paradigmático: o Estado, que o "luso" vê como predador-mor, impõe-lhe a declaração ao fisco das doações entre familiares directos, desde que sejam superiores a € 500 (que podem ser denominados pelo luso como «quinhentos eiros» ou «ouros»).
O "luso" até terá razão... pelo caminho que as coisas estão a tomar, não tarda nada e o "luso-chico esperto" Teixeira dos Santos (já para não falar no "Eng.-luso-chico-esperto-mor") está-lhe a pedir que pague Imposto do selo da sua roupa interior.
Dois caminhos abrem-se ao "luso", enquanto sorri maravilhado de si mesmo:
a) a denominada simulatio: o "luso" pai/avô arranja um 3.º a quem entregará o donativo, com a menção expressa que o deverá fazer passar ao "luso" filho/neto - de preferência, debaixo da mesa da sueca, enquanto deita a manilha para ser comida pelo ás do adversário (a manobra de diversão que subtrai as atenções do realmente importante).
Neste caso, há que saber escolher o 3.º intermediário, porque, se este for mais chico-esperto que os simuladores, pode fugir para o Brasil e, lá instalado, abrir uma padaria.
b) a famigerada fraccionatio. Exemplo prático: o pai entrega 28 cheques de €490 ao filho, por ocasião da sua boda. Acompanhando os cheques, seguem instruções expressas para os fazer descontar um por mês, ao dia 8. Se ainda assim a coisa for suspeita, o pai abre uma empresa (que o "luso" afirma de "firma") e faz um contrato de trabalho fictício de dois anos, com subsídios de Natal e de férias.
Mais uma vez, será necessário ter-se dado uma boa educação ao filho, não vá ele inscrever-se no sindicato, fazer greves, chamar porco capitalista ao pai e pedir uns quaisquer proporcionais de férias e subsídios de férias e de Natal do ano de cessação do vínculo.
O animal "luso" é pródigo em manobras de diversão.
O «luso-chico-espertismo» pode ser definido como a capacidade admirável que esse animal apresenta de usar pequenos e, não raramente, pouco elaborados "expedientes" de modo a se achar mais inteligente que o seu semelhante, tão animal como ele.
Thomas Hobbes diria, entre duas coxas de frango, «homo homini lupus» (o homem como lobo ou predador do colega do lado), perdigotando o infeliz que se sentou à sua frente na mesa do jantar. Mas, desenganemo-nos, Hobbes cheirava mal dos pés e vivia amargurado por não ter possibilidades de pagar as prestações do seu T1, em Derbyshire. Por outro lado, era muito complexado por ser um homem baixo e careca e foram os próprios amigos que o alcunharam de "Calvinho" Hobbes - mais tarde aproveitado por Bill Watterson para denominar umas tiras de banda desenhada (lá está, o chico-espertismo é inerente ao homem e não é exclusivo luso).
Um dos campos priveligiados para a observação da "luso-chico-espertice" é o das relações do "luso" com a "lei".
Primeiro, "homo legis lupus" até que, invariavelmente, "lex homini lupus" - vide o exemplo de muitos autarcas.
Dois requisitos são aqui necessários:
1.º que haja uma lei;
2.º que o "luso" a sinta como injusta ou, simplesmente, a sua justeza «não lhe der jeito nenhum».
O caso em apreço é um exemplo paradigmático: o Estado, que o "luso" vê como predador-mor, impõe-lhe a declaração ao fisco das doações entre familiares directos, desde que sejam superiores a € 500 (que podem ser denominados pelo luso como «quinhentos eiros» ou «ouros»).
O "luso" até terá razão... pelo caminho que as coisas estão a tomar, não tarda nada e o "luso-chico esperto" Teixeira dos Santos (já para não falar no "Eng.-luso-chico-esperto-mor") está-lhe a pedir que pague Imposto do selo da sua roupa interior.
Dois caminhos abrem-se ao "luso", enquanto sorri maravilhado de si mesmo:
a) a denominada simulatio: o "luso" pai/avô arranja um 3.º a quem entregará o donativo, com a menção expressa que o deverá fazer passar ao "luso" filho/neto - de preferência, debaixo da mesa da sueca, enquanto deita a manilha para ser comida pelo ás do adversário (a manobra de diversão que subtrai as atenções do realmente importante).
Neste caso, há que saber escolher o 3.º intermediário, porque, se este for mais chico-esperto que os simuladores, pode fugir para o Brasil e, lá instalado, abrir uma padaria.
b) a famigerada fraccionatio. Exemplo prático: o pai entrega 28 cheques de €490 ao filho, por ocasião da sua boda. Acompanhando os cheques, seguem instruções expressas para os fazer descontar um por mês, ao dia 8. Se ainda assim a coisa for suspeita, o pai abre uma empresa (que o "luso" afirma de "firma") e faz um contrato de trabalho fictício de dois anos, com subsídios de Natal e de férias.
Mais uma vez, será necessário ter-se dado uma boa educação ao filho, não vá ele inscrever-se no sindicato, fazer greves, chamar porco capitalista ao pai e pedir uns quaisquer proporcionais de férias e subsídios de férias e de Natal do ano de cessação do vínculo.