30.3.07

Conselhos Práticos Incontinental - Como saber que se bateu no fundo

Várias são as maneiras de se perceber que se chegou ao magma social e emocional.
Aqui há uns tempos, o French Guard tinha-nos trazido uma forma de se perceber que se bateu no fundo, quando o maravilhoso super-herói Overman, sentindo as mordidelas da besta da dependência, decide casar-se com um homem só porque ele tem em sua casa fliperama.
Do mesmo modo, quando o tolo da terra se põe a gozar connosco, isso é normalmente um indício revelador de que a nossa vida perdeu, no mínimo, uma grande parte do seu sentido.
Acordar no meio da rua, de bruços, todo nu, com um preservativo usado na mão e uma dor de costas tão grande que já nem se sente a dor de cabeça é também um bom sinal que a nossa vida deu uma volta definitiva para o pior.

Agora, fiquem com o meu momento de clarividência.
Num momento de relaxe, numa destas tardes soalheiras de trabalho, uma conversa desenrola-se perante os meus olhos e ouvidos. Normalmente, por essas alturas, costumo intervir apenas quando a situação o exige, isto é, quando sinto que posso aparvalhar brutamente a coisa.
No momento em que vão entrar na acção, eu acabo de dizer uma coisa absolutamente estúpida como «Cancro ladra não morde» ou coisa que o valha. Vejam o que se passa de seguida:
Colega de trabalho com cerca de 50 anos: Eheheh! Você parece aquele gordo que dá na televisão.
Eu: Qual gordo?
Colega: Aquele que dá antes do Telejornal.
Eu: Quem? O Fernando Mendes?
Colega: Sim!!! Por causa dos jogos de palavras e aquelas piadas...
(E, logo se apercebendo do que acabara de dizer)
Colega: Mas não assim gordo, claro.