13.2.07

A efémera alegria de quem votou "sim"

Está estatisticamente comprovado que o tempo médio que os partidários do "Sim" mantiveram um sorriso aberto de alegria foi de 12 horas.
O sorriso aberto começou a ficar um pouco amarelo para alguns, por volta das 22 horas, quando ouviram a entrevista do Ministro da Saúde a Judite de Sousa, na qual Correia de Campos conseguiu não responder a uma pergunta que fosse. Limitou-se a rir nervosamente, enquanto Judite fazia honras ao seu nome, interrogando o interlocutor impediosamente, o qual respondia com base nas hipóteses seguintes:
a) não sei;
b) não posso saber agora;
c) não é comigo, é com a Assembleia da República.
É, por isso, uma fortíssima candidata a "Não-entrevista do Ano 2007".

Na 2.ª feira, o Correio da Manhã brindou o Portugal pró-IVG com esta notícia:
Vitória do sim agita mercado do aborto

A ideia de ter uma feirante a berrar aos nossos ouvidos «Ó lindeza, ó querida, olha o aborto a 5 eiros! Já são os últimos» tem alguma piada, mas a expressão usada, para as mentes que não vêm palermice em tudo (como eu), sempre fez soltar um "Gulp!" nas gargantas já de si inflamadas de gritar SIM!, na noite anterior.

Hoje, o herói da crise académica de '69, Alberto Martins, levantou mais uma vez o braço para falar. Mas desta vez, disse que não haverá aconselhamento obrigatório na lei para as mulheres que queiram abortar até às dez semanas, porque isso seria uma imposição “à revelia” do resultado do referendo.

Caro Sr. Dr. Alberto Martins, dar calduços e chapadas "a tira-dentes" a quem nos mente ou omite também não se infere directamente do voto, mas que por vezes nos dá para imaginar - com lágrimas de felicidade beata nos olhos - que somos um qualquer Torquemada e os políticos eleitos uns quaisquer jesuítas, lá isso...
E sabe porquê?

Nobody expects the Spanish Inquisition!