Prós e Prós
«Portugal tem de deixar de ser a ditadura do direito (...) e passar a ser a democracia dos afectos» - Luís Villas-Boas, responsável pelo Refúgio Aboim Ascensão, no programa anteriormente conhecido como "Prós e Contras".
Estava eu relaxadinho da minha vida, a brincar aos computadores, quando este flato cerebral foi verbalizado.
De imediato parei o que estava a fazer, olhei gelado para a televisão durante uns longuíssimos 5 segundos e vomitei em jacto.
O programa já estava a ser de revolver as tripas e estômago de qualquer um e vem logo uma bomba daquelas... Não há direito.
Achei, ludibriando-me miseravelmente, que tinha sido uma alucinação. Estava já a reconfortar-me com esta teoria, enquanto limpava o ecrã do desarranjo, quando Fátima Campos Ferreira, esse vulto do humanismo e da sapiência e vice-versa, enceta com Villas-Boas um diálogo que foi qualquer coisa como:
- O que é que disse atrás sobre a democracia... Qual foi a expressão que usou?
- A democracia dos afectos?
- Sim, sim. Concretize melhor essa ideia.
- Bem, à primeira vista parece uma expressão um pouco oca, mas... (o resto não interessa. Não é que este bocado tenha qualquer interesse, mas...)
Oca? OCA? Ao pé de tal petardo, a Paris Hilton começa a parecer-me o Churchill ou o Einstein. Ao pé de tal arroto transplanetário, o Carlos Carvalhal e o Luís Campos parecem-me Mourinhos. Até os estou a ver de gabardina azul, a darem algumas instruções a Didier Drogba:
- Bascula à direita, Didier! Bascula à direita!
No entanto e para meu choque, o que me havia provocado o horror parecia estar a ser uma descarga avassaladora de endorfina para o pequenito cérebro de Fátima, que naquele momento me parecia estar nas nuvens, perante um encavacado Villas-Boas, que tentava explicar e disfarçar o que havia, sem aviso ou freio, saído da sua própria boca.
O programa acabou "em alta" com esta democracia dos afectos!
Bem vistas as coisas, essa "ideia" (sim, entre aspas) nem é grande novidade. É já o que o nosso Presidente e Primeiro-Ministro andam a implementar. Pelo menos, um com o outro.
Esclarecimento: para quem, como eu, experimentou a odisseia de ver o agora denominado "Prós e Prós - se bem que há ali um senhor que diz que é contra, mas a nossa isenta apresentadora vai tratar de o enxovalhar", ontem à noite, tenho o prazer de vos transmitir que a Dra. Clara Sottomayor recuperou bem do seu... hmmm... desassossego? achaque? choro histérico? hmm, chamemos-lhe comoção - sim, comoção é melhor. Ahhhh!... O que aquelas pequenas dádivas de Deus que se põem debaixo da língua podem fazer!... Essas e o auto de fé que se lhe seguiu.
Estava eu relaxadinho da minha vida, a brincar aos computadores, quando este flato cerebral foi verbalizado.
De imediato parei o que estava a fazer, olhei gelado para a televisão durante uns longuíssimos 5 segundos e vomitei em jacto.
O programa já estava a ser de revolver as tripas e estômago de qualquer um e vem logo uma bomba daquelas... Não há direito.
Achei, ludibriando-me miseravelmente, que tinha sido uma alucinação. Estava já a reconfortar-me com esta teoria, enquanto limpava o ecrã do desarranjo, quando Fátima Campos Ferreira, esse vulto do humanismo e da sapiência e vice-versa, enceta com Villas-Boas um diálogo que foi qualquer coisa como:
- O que é que disse atrás sobre a democracia... Qual foi a expressão que usou?
- A democracia dos afectos?
- Sim, sim. Concretize melhor essa ideia.
- Bem, à primeira vista parece uma expressão um pouco oca, mas... (o resto não interessa. Não é que este bocado tenha qualquer interesse, mas...)
Oca? OCA? Ao pé de tal petardo, a Paris Hilton começa a parecer-me o Churchill ou o Einstein. Ao pé de tal arroto transplanetário, o Carlos Carvalhal e o Luís Campos parecem-me Mourinhos. Até os estou a ver de gabardina azul, a darem algumas instruções a Didier Drogba:
- Bascula à direita, Didier! Bascula à direita!
No entanto e para meu choque, o que me havia provocado o horror parecia estar a ser uma descarga avassaladora de endorfina para o pequenito cérebro de Fátima, que naquele momento me parecia estar nas nuvens, perante um encavacado Villas-Boas, que tentava explicar e disfarçar o que havia, sem aviso ou freio, saído da sua própria boca.
O programa acabou "em alta" com esta democracia dos afectos!
Bem vistas as coisas, essa "ideia" (sim, entre aspas) nem é grande novidade. É já o que o nosso Presidente e Primeiro-Ministro andam a implementar. Pelo menos, um com o outro.
Esclarecimento: para quem, como eu, experimentou a odisseia de ver o agora denominado "Prós e Prós - se bem que há ali um senhor que diz que é contra, mas a nossa isenta apresentadora vai tratar de o enxovalhar", ontem à noite, tenho o prazer de vos transmitir que a Dra. Clara Sottomayor recuperou bem do seu... hmmm... desassossego? achaque? choro histérico? hmm, chamemos-lhe comoção - sim, comoção é melhor. Ahhhh!... O que aquelas pequenas dádivas de Deus que se põem debaixo da língua podem fazer!... Essas e o auto de fé que se lhe seguiu.
