Ossos do ofício
Quem vai para o CEJ espera horas infindáveis de trabalho como magistrado judicial ou do ministério público, diligências intermináveis, noites perdidas, vida social limitada pelas pilhas de processos à espera, adiamentos sucessivos de jantares, "um copo" e outros compromissos sociais, estudo, sistematização do saber compensada através de ocasional ou sucessiva incompreensão dos cidadãos em geral e jornalistas em particular, deslocação sucessiva a comarcas distantes, ventania a entrar pelas janelas do gabinete mal calafetadas, durante a lenta caminhada na via profissional. Tudo isto cabe ainda na gorda esfera do admissível. Mas, se lhes dissessem que, no exercício das suas funções, teriam que ler o livro da Carolina Salgado, ninguém lá punha os pés.