14.9.06

Air Luxor já só garante a carreira entre a Praça de Espanha e a segunda ponte do Feijó

A Air Luxor, empresa de referência no sector da aviação até há cerca de um mês, altura em que se transformou num vazadouro de desgraças, perdeu a licença de transporte aéreo e garante apenas, a partir de hoje, a ligação entre a Praça de Espanha e a segunda ponte do Feijó em autocarro. O negócio de transporte terrestre daquela empresa, até aqui residual, passa então a ser a (única) estrela do universo Luxor.
Apesar do mau momento, os responsáveis garantem conseguir reconstruir a empresa em apenas seis meses, contando para isso com os lucros do "Feijó Express". A frota disponível é de dois autocarros que podem, por isso, circular em sentidos opostos do mesmo percurso, o que constitui uma ideia inovadora, segundos nos disse, eufórico, o relações públicas da organização, que nos recebeu, festivo, em camisola interior de alças. Um terceiro autocarro, mais pequeno, habitualmente fretado a particulares, foi desviado um pouco depois de Almada e rapidamente desmantelado por meliantes, que o transformaram em milhares de peças de relógio.
O percurso mais longo, entre a Praça de Espanha e a segunda ponte do Feijó, custa 700 euros, incluindo refeição a bordo (porco no espeto e sardinhada, preparados numa churrasqueira improvisada após a eliminação das últimas 4 filas de bancos). Até agora, o serviço não teve muita procura, mas todos depositam nele muitas esperanças. Um dos dois motoristas da empresa, Tiago Monteiro, confidenciou-nos que o autocarro "anda que se farta" mas acrescentou, em off, que se dá por satisfeito se chegar ao destino atrás do motorista concorrente, Takuma Sato, da Super Aguri.
Os passageiros que ainda têm títulos de transporte aéreo da Air Luxor podem depositá-los num ecoponto azul, que, afinal, sempre foi a cor da empresa.