17.4.06

A rota dos estimulantes

"Na contínua tentativa de ludibriar a vigilância nas fronteiras, os narcotraficantes internacionais que usam a rota América Latina-Europa estão a usar desde o início do ano uma revolucionária forma de fazer a droga chegar ao seu destino, usando cirurgia plástica. O lucro para os traficantes é gigantesco. Um quilo de cocaína pura custa na Colômbia o equivalente a mil e seiscentos euros, mas rende na Europa até oitenta e dois mil euros". Agora a parte mais surreal da notícia, ainda segundo o rigoroso Correio da Manhã: "Isso permite pagar muito bem a todos os intervenientes e escolher entre as voluntárias mais bonitas, as mais caras. Uma delas, a portuguesa Elisabete Sardinha, presa ao chegar ao Brasil carregada de ecstasy, foi eleita recentemente Miss Prisão entre centenas de outras prisioneiras".


Portugal continua, pois, cheio de motivos de orgulho e deve esquecer a péssima prestação do piloto Luís Santos, preso na Venezuela catorze meses sem conseguir mais do que um modesto resultado de segunda dama de honor na categoria "prémio simpatia" (reconhecendo-se, porém, que é difícil competir na Venezuela, onde há uma verdadeira indústria de produção de "misses prisão").


Quanto à escolha de "mulheres bonitas" referida na notícia, uma fonte do Incontinental na simpática Favela da Rocinha esclareceu que nem sempre é assim e concretizou: "a mulher bonita passa mais facilmente o controlo alfandegário, mas uma Fafá de Belém pode abastecer de cocaína, numa só viagem, toda a Europa do Mediterrâneo durante três ou quatro meses, sem contar com vários volumes de tabaco que leva nas coxas e um imigrante ilegal enroladinho nos glúteos".