Deslumbramento
Tinha eu quatro anos quando, na aldeia da minha mãe, passou o "Circo da Arlete". O "Circo da Arlete" cabia numa roulotte, tinha um palhaço, um macaco, um papagaio e pouco mais. O engolidor de lâminas - principal atracção - engoliu-as e foi para o hospital. O palhaço já não conseguiu o efeito pretendido. Nada disto me afectou. Adorei o circo. Queria um circo para mim. A minha vida seria consagrada ao circo.
Nunca mais senti um tal encantamento. Nunca o vislumbrei em ninguém, até hoje, quando o nosso primeiro-ministro se sentou numa sala de uma escola primária da Finlândia.