11.12.07

Polémicas e desmentidos

"O director do Centro para Transporte e Logística do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Yossi Sheffi, criticou a total separação entre o meio académico e a indústria em Portugal, considerando as universidades “muito conservadoras” e “pouco práticas”, pelo que defendeu uma “urgente” mudança de mentalidade", lê-se no Público, esse jornal que teima em desmoralizar as tropas.

Tais afirmações, intrinsecamente injustas, provocaram reacções sem precedentes nas universidades portuguesas, que não esperavam ser rotuladas de "muito conservadoras" e "pouco práticas".
O Incontinental sabe que, por exemplo, na Universidade de Coimbra, o Magnífico Reitor agendou já uma reunião para meados de Janeiro (antes não dava, porque tinha que inaugurar uma exposição de comemoração dos feitos históricos da U.C. e depois tinha que analisar uma proposta de restyling da borla e do capelo), na qual se discutirá esta acusação infundada e se preparará uma resposta à altura. Nessa reunião, será nomeada uma comissão de catedráticos encarregada de elaborar um desmentido categórico como nunca se viu, no prazo máximo de 90 dias. Depois, o texto terá que ser aprovado em nova reunião e seguirá para assinatura por todos os professores da Universidade, ficando à disposição no PBX de cada faculdade por dez dias. Nessa altura, podem os professores também sugerir alterações ao texto, as quais, caso existam, são apreciadas em reunião extraordinária marcada para o efeito, retomando-se o procedimento de assinatura, desta vez sem possibilidade de sugestão de alteração, pois trata-se de um assunto urgente.
Depois de fechado e assinado o texto, será o mesmo sujeito a novo voto na generalidade (para reforçar o seu valor, já de si imenso, com tantas assinaturas), seguindo para o secretariado, onde, se preparará o seu acondicionamento em envelope especialmente preparado, com o timbre da Universidade em relevo, uma coisa espectacular que até mete medo só de olhar, com a torre ali, toda levantada.
Pronta a carta com o desmentido, serão tiradas três cópias da mesma (uma para a comunicação social, outra para o Ministro e outra para o palerma do M.I.T.), as quais, por uma questão de formalidade acrescida, serão enroladas numa cortina da Sala dos Capelos e levadas por um archeiro, a cavalo, até Lisboa, onde ficarão as duas primeiras cópias. A última será entregue em mão no M.I.T. - ridícula instituição de um país com uns míseros quinhentos anos de história (pouco) relevante, boa parte dela a acolher pessoas indesejadas na Europa -, pelo próprio archeiro a cavalo, que apanhará o primeiro vapor a sair do Cais do Sodré. Deverá chegar em Fevereiro de 2009.
Quando o americano desembrulhar a carta da cortina, ali com o archeiro a olhar para ele, quero ver se não engole logo as tontas palavras que proferiu, sobre instituições que claramente não conhece bem e cujas velhas pedras não parece digno de pisar...