Sr. Hélder Amaral, um grande clap, clap, clap para si!

«Os beirões não batem em mulheres»;

«Eu apenas estava a tentar fazer com que o engenheiro Anacoreta Correia, por ser amigo de Maria José Nogueira Pinto, a ela chegasse para a retirar daquela situação»;

«É demagogia da mais barata: tal como seria eu vir aqui dizer que ela me está a atacar por eu não ser branco como ela. Não irei por aí»;

in "O Grande Livro de Citações de Hélder Amaral"

Este senhor tem tudo. Porquê? Porque consegue a explosiva e rara junção de duas qualidades: primeiro, é um beirão; depois, é negro!

Convenhamos: quantos beirões negros conhecem?

Ora, sendo beirão - e, ao que parece, apenas por sê-lo -, escapa sem mácula da acusação de que terá agredido Maria José Nogueira Pinto. De facto, onde já se viu um homem beirão bater numa mulher?! Toda a gente sabe que até os crimes de maus tratos são TODOS no litoral! É um problema exclusivamente urbano, certo?

Depois porque é negro, e já se sabe como funciona o maldito preconceito... Ainda por cima, vindo de uma mulher cujo marido anda aí a defender o Salazar n'«os (Relativamente) Grandes (quer dizer, não são assim tão grandes. Mas como não há outros, ok, vá lá: Grandes) Portugueses». E, não fosse o facto público e notório, já se sabe que esses brancos colonialistas e fascistas eram capazes de o acusar de ter desalinhado a cara de Nogueira Pinto toda!

O que vale é que ele não foi por aí. Só disse que PODIA ir por aí. Mas não foi. E isso só mostra a magnanimidade deste beirão negro.

Bem haja, Sr. Amaral!