Engenheiro da mula ruça
Que culpa pode Sócrates ter nesta situação?
Já se sabe como são os estudantes. Gostam de muita diversão, das festas académicas e do seu copito, estudar de vez em quando... enfim, não são más pessoas: o seu único problema, a existir, é o que provém da ingenuidade própria da juventude.
Sócrates já tem cabelos brancos? E já tinha na altura?
Que importa isso? Eu lembro-me do primeiro que descobri no meu cocuruto, tinha eu 16 anos. E que sabia eu da vida nessa altura que não tivesse a ver com uma revista pegajosa e músculos dos braços doridos?
Sócrates era Secretário de Estado e usou papel timbrado e o fax da Secretaria respectiva?
Hipocrisia: o primeiro miúdo que não anda na carrinha comercial "da empresa" e não tem o seu telemóvel em nome de alguém cujo apelido é "L.da" que atire a primeira pedra!
E se pediu equivalência a 25 disciplinas e lhe deram equivalência a 26?
Metam-se na vossa vida!
O que chocou Portugal nisto tudo foi reparar que, num país de doutores, onde os trabalhos mais desinteressantes ficaram reservados para os doutores ucranianos e romenos, há um semi-engenheiro, que - ao que parece - nem se pode chamar, com propriedade, licenciado, que chegou a Primeiro-Ministro!
Isso é que dói a muitos!
Pensando bem, se calhar com alguma razão, confesso... Que vamos agora dizer aos nossos miúdos?
«Eh, pá, vão fazendo o vosso caminho pela escola, sem levantar muitas ondas e sem se entusiasmarem muito, de modo a focarem a vossa atenção no que é realmente importante, isto é, as reuniões do partido! Não se preocupem muito com o futuro porque, quando for preciso, o vosso paizinho, chame-se ele António, Zé Manel, Paulo Alexandre, Partido Socialista ou Opus Dei, lá vos arranja as "connections" para irem para as chefias de entes públicos», que também pode ser traduzido, com o mesmo efeito, por «o modo de vida português», «portuguese dream» ou «Safas-te?».
No meio disto tudo, o que realmente interessa é focar a atenção em declarações tão bonitas como estas de Luís Arouca:
«As fichas de cada aluno já ninguém sabe delas. Nos primeiros anos, a nota final é acompanhada com fundamento, depois é deitada fora (...) Ao fim de cinco anos, vai tudo para o maneta».
E deixem-me dizer-vos que, para quem só tem um braço completo, muita coisa lhe dão para tratar...
Já se sabe como são os estudantes. Gostam de muita diversão, das festas académicas e do seu copito, estudar de vez em quando... enfim, não são más pessoas: o seu único problema, a existir, é o que provém da ingenuidade própria da juventude.
Sócrates já tem cabelos brancos? E já tinha na altura?
Que importa isso? Eu lembro-me do primeiro que descobri no meu cocuruto, tinha eu 16 anos. E que sabia eu da vida nessa altura que não tivesse a ver com uma revista pegajosa e músculos dos braços doridos?
Sócrates era Secretário de Estado e usou papel timbrado e o fax da Secretaria respectiva?
Hipocrisia: o primeiro miúdo que não anda na carrinha comercial "da empresa" e não tem o seu telemóvel em nome de alguém cujo apelido é "L.da" que atire a primeira pedra!
E se pediu equivalência a 25 disciplinas e lhe deram equivalência a 26?
Metam-se na vossa vida!
O que chocou Portugal nisto tudo foi reparar que, num país de doutores, onde os trabalhos mais desinteressantes ficaram reservados para os doutores ucranianos e romenos, há um semi-engenheiro, que - ao que parece - nem se pode chamar, com propriedade, licenciado, que chegou a Primeiro-Ministro!
Isso é que dói a muitos!
Pensando bem, se calhar com alguma razão, confesso... Que vamos agora dizer aos nossos miúdos?
«Eh, pá, vão fazendo o vosso caminho pela escola, sem levantar muitas ondas e sem se entusiasmarem muito, de modo a focarem a vossa atenção no que é realmente importante, isto é, as reuniões do partido! Não se preocupem muito com o futuro porque, quando for preciso, o vosso paizinho, chame-se ele António, Zé Manel, Paulo Alexandre, Partido Socialista ou Opus Dei, lá vos arranja as "connections" para irem para as chefias de entes públicos», que também pode ser traduzido, com o mesmo efeito, por «o modo de vida português», «portuguese dream» ou «Safas-te?».
No meio disto tudo, o que realmente interessa é focar a atenção em declarações tão bonitas como estas de Luís Arouca:
«As fichas de cada aluno já ninguém sabe delas. Nos primeiros anos, a nota final é acompanhada com fundamento, depois é deitada fora (...) Ao fim de cinco anos, vai tudo para o maneta».
E deixem-me dizer-vos que, para quem só tem um braço completo, muita coisa lhe dão para tratar...